Documento do Arquivo Nacional legitima história iniciada em julho de 1935
Artigo retirado da revista SEAERJ Hoje, nº 25, páginas 11 a 12.
Em 9 de janeiro de 2015, o ex-Presidente da SEAERJ (1987-1989), Engº Eduardo Mesquita de Souza, desvendou no Arquivo Nacional documento que, na falta da Ata de Fundação – desaparecida -, legitima a existência da Sociedade dos Engenheiros e Arquitetos do Estado do Rio de Janeiro, com cerca de 2 mil sócios.
O registro do primeiro estatuto da Sociedade dos Engenheiros da Prefeitura do Distrito Federal (SEP) – na opinião de Mesquita, “a mãe da SEAERJ” -, data de 21 de janeiro de 1936. Constitui de fato o documento único referente à fundação da entidade, que antes de ocupar a atual sede na Rua do Russel, 1, na Glória, passou por três endereços e mesmo número de siglas.
Com a sigla SEP (Sociedade dos Engenheiros da Prefeitura do então Distrito Federal), a SEAERJ foi hospedada por algum tempo pelo Sindicato dos Engenheiros do Rio de Janeiro (Rua Buenos Aires, 85 – 3º andar), onde ocorreu também a reunião que criou a entidade.
Daí, a SEP ocupou, desde 17 de julho de 194l, a sobreloja da Livraria Freitas Bastos (Rua Bittencourt da Silva – Centro do Rio). Depois transferiu-se para o 14º andar da Av. Erasmo Braga, 118, mesmo prédio da antiga Secretaria Geral de Viação e Obras Públicas da Prefeitura do Distrito Federal.
Em 196l, com a transferência da Capital para Brasí- lia, a entidade muda de nome para Sociedade dos Engenheiros Estaduais da Guanabara (SEEG). Desde 19 de julho de 1970, ocupa o atual endereço na Rua do Russel, 1 – Glória, com a sigla SEAEG (Sociedade dos Engenheiros e Arquitetos Estaduais da Guanabara). A partir de 1975, em virtude da fusão dos Estados do Rio e da Guanabara, a sigla passa a ser a atual – SEAERJ.
Segundo relato do ex-Presidente da SEAERJ (1991- 1993), Engº Arnaldo Dias Cardoso Pires, “ no final da década de 60, na condição de Diretor do Departamento de Saneamento da SURSAN, que ocupava o prédio da Rua do Russel nº 1, e ia se transferir para a Rua Fonseca Teles, em despacho juntamente com o Secretário [Obras] Raymundo de Paula Soares e o Presidente da SURSAN, Geraldo Reis Carvalho, “solicitamos ao Governador Negrão de Lima, que cedesse o imóvel para instalação da SEEG”. “ O Dr. Negrão cedeu e disse que eram as obras e não as palavras que falavam diretamente ao coração do povo”.
Faz parte também da história da SEAERJ a logomarca criada pelo associado Arquiteto José Márcio Batista Cunha, nos anos 70, mediante concurso, lembra o Arquiteto José Carlos Neder (associado desde 14-07-1966).
Porém, só em 2015 essa marca, já consolidada na cor azul, encontra-se em fase de registro no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), num processo de certificação que o Engº Eduardo Mesquita acompanha “para que nenhum aventureiro se aposse desse símbolo”, diz preocupado.
Sobre o Centro Cultural da SEAERJ, criado em 1º de outubro de 2001, Neder – um dos seus fundadores -, e Mesquita (sócio da SEAERJ desde 21-07-1961), explicam ter sido criado com a ideia de ir coletando o máximo possível de informações a respeito do trabalho dos profissionais de engenharia, arquitetura e atividades correlatas -, geologia, agronomia, etc -, sobre o desenvolvimento do Estado e da Cidade do Rio de Janeiro. Objetiva a preservação de acervo técnico e, por via de consequência, também preserva-se a História. Basicamente, é um Centro de preservação da memória da Engenharia e Arquitetura Públicas.
Essa preservação, diz Neder, é feita na medida do possível, através do copatrocínio de publicações, por exemplo, sobre os esgotos do Rio de Janeiro, de autoria do Engº José Ribeiro da Silva, e sobre o abastecimento de água do Rio, de José de Santa Ritta, ambos oriundos da City.
O Centro Cultural, segundo Neder – Conselheiro Vitalício da instituição e também da SEAERJ -, realiza a catalogação do acervo. A próxima fase será a restauração e encadernação de algumas publicações como o acervo do Engº João Augusto Maia Penido – primeiro presidente da SURSAN -, doado por seus filhos.