Panorama e Desafios no Setor Metroferroviário Brasileiro
Transporte sobre trilhos cresce apenas 10,4 Km em 2015, infoma ANPTrilhos
A Sociedade dos Engenheiros e Arquitetos do Estado do Rio de Janeiro reabriu o ciclo de palestras 2017. A primeira apresentação foi realizada no fim da tarde de terça-feira (14/03), na sede da entidade. O encontro debateu o panorama metroferroviário brasileiro, destacando o sistema ferroviário na cidade do Rio de Janeiro. Além do presidente da Seaerj, Nilo Ovídio, a conselheira efetiva, Marguerita Abdalla e o diretor Executivo da ANPTrilhos e diretor de Operações da Supervia, João Gouveia compuseram a mesa.
A Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos, fundada em 2010, divulgou que mesmo com o país em crise, o volume de passageiros transportados se manteve em 2,9 bilhões em 2015, representando um aumento de 1,7% em relação ao ano anterior. A média de pessoas transportadas diariamente cresceu um pouco, alcançando cerca de 9,9 milhões de passageiros/dia.
Segundo os dados expostos pelo diretor da ANPTrilhos, existem muitos projetos de expansão em andamento, mas que o ritmo permanece lento. A rede de transporte sobre trilhos cresceu apenas 10,4 km em 2015. Três vezes menor em relação a 2014 quando a malha expandiu aceleradamente para os preparativos da Copa do Mundo. Hoje, a malha metroferroviária dispõe apenas de um pouco mais de 1.000 km em todo o território nacional.
O diretor foi questionado se existe alguma estratégia da ANP de fortalecer com o poder público a relação para facilitar a expansão dos transportes sobre trilhos.
— É esse o objetivo da associação. Nós temos aproximação com alguns parlamentares exatamente para fomentar o desenvolvimento de transporte sobre trilhos. Estamos desenvolvendo um trabalho com a UnB (Universidade de Brasília), cujo foco são as regiões metropolitanas acima de 1 milhão de habitantes. Apresentaremos projetos aos parlamentares para nós buscarmos financiamentos e implementar projetos, apontou o diretor.
O sistema metroferroviário está presente em 11 estados, ou seja, operando em menos da metade dos estados. Mesmo assim a existência do sistema sobre trilhos no Brasil é responsável pela retirada de 1,1 milhão de carros e 16 mil ônibus dos centros urbanos aonde os sistemas estão implantados. Isso reduz a emissão de poluentes, o consumo de combustível, o tempo de viagens e o número de acidentes. A economia gira em torno de 20 bilhões de reais por ano.
Um representante da Associação de Moradores de Botafogo indagou o problema das integrações tarifárias e físicas que existe na cidade do Rio de Janeiro. Ele destacou a criação de um bilhete mensal em Lisboa, Portugal, aonde os usuários pagam cerca de 120 reais e trafegam ilimitadamente.
— Nós temos o SuperPass que o usuário credencia e coloca quantas passagens quiser antecipadamente, mas não existe um formato desse no Brasil. Não é oferecido por nenhuma operadora”, advertiu o diretor de Operações da Supervia.
João Gouveia admitiu ainda que o sistema de transporte público precisa melhorar tanto os problemas tarifários quanto a questões físicas das integrações entre os modais.
— O mundo está falando em conectividade tecnológica. E nós ainda não conseguimos ter a nossa conectividade física, concluiu.
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