Subsecretário apresenta PELC-RJ
Subsecretário da SETRANS apresenta planejamento estratégico de logística e carga para o estado do Rio em encontro na SEAERJ
Integrantes da Câmara Metropolitana de Integração Governamental se reuniram na Sociedade dos Engenheiros e Arquitetos (Seaerj), em 23 de maio, para debater uma forma de viabilizar a plataforma logística internacional com portos, aeroportos e organização logística no transporte de cargas capaz de atender a demanda mundial.
O subsecretário de Estado de Transportes (Setrans), engenheiro Delmo Pinho, participou da mesa de debate para apresentar os modelos de ponta no transporte mundial e defender a implantação do Planejamento Estratégico de Logística e Cargas do Estado do Rio de Janeiro (PELC/RJ 2045). O debate foi mediado pelo diretor-executivo da Câmara Metropolitana, Vicente Loureiro. O presidente da Seaerj, Nilo Ovídio, e o sócio e conselheiro do CCSeaerj, Haroldo Mattos, também participaram do evento.
Em sua palestra, o subsecretário fez algumas críticas a decisões do setor de transportes que foram tomadas nos últimos anos, como o caso da liberação do Aeroporto Santos Dumont, no Centro, para outros voos que não fazem a ponte aérea Rio-São Paulo. De acordo com ele, essa abertura prejudicou o Aeroporto Internacional Galeão/Tom Jobim, que era o hub de operações aéreas vindas do exterior.
O plano apresentado levou 30 meses para ser concluído e prevê ações em todos os segmentos dos transportes para um período de 30 anos. “É um plano diretor e estratégico e está bem alinhado com os mais modernos. Esse plano é bastante denso e pode ser considerado um dos melhores do país”, disse.
Delmo Pinho defendeu que os portos da cidade do Rio de Janeiro sejam capazes de receber navios com a capacidade de transportar cerca de 18 a 21 mil contêineres. São navios com 400 metros de comprimento e que precisam de 17 metros de profundidade e hoje “nenhum porto da América Latina tem a capacidade de receber um navio desse tamanho”. O subsecretário argumentou que já existem seis navios desses em construção no mundo e “se não trabalharmos com uma calada operacional de 17 metros de profundidade, ficaremos fora do jogo”.
— Se nós não tivermos isso, não é só o Rio de Janeiro, que será prejudicado, e sim, o Brasil porque acentua a característica de país periférico como a África, criticou.
De acordo com o subsecretário, se o Brasil não reduzir os custos operacionais de logística, ficará cada vez mais difícil concorrer com os outros países que já se adequaram às novas tecnologias de transporte de carga no mundo. Ele destacou que “é
muito difícil produzir algum produto aqui no Brasil e vender no Exterior porque o custo logístico é muito alto”.
— O Brasil está muito mal inserido no contexto mundial, seja na área industrial ou na de serviços. Ele só tem um destaque de fato importante na área agropastoril industrial. Nisso o Brasil realmente é muito considerado no mundo, informou.
Em 2016, o Brasil ocupou a 55ª posição no ranking de países por eficiência logística de acordo com os dados divulgados pelo Banco Mundial. Muito atrás de países como a África do Sul que ocupa a 20ª posição. No Ranking de Competitividade, o Brasil vem declinando acentuadamente caindo da 38ª posição em 2010 para a 57ª posição em 2016. A eficiência logística e competitividade do Brasil se não atender as exigências de concorrência mundial, tende a ficar inapropriada para embarcações de grande porte.
De acordo com a Setrans, foi publicado, no Diário Oficial desta segunda-feira (29/05) o, Decreto que institui o Plano Estratégico de Logística e Cargas do Estado do Rio de Janeiro – PELC RJ 2045. O objetivo do documento é orientar políticas públicas para consolidar e desenvolver a rede de logística no Estado do Rio de Janeiro, buscando maior eficiência e redução de custos.
O PELC/RJ 2045 favorecerá a integração e a competitividade do estado no cenário nacional e internacional, pois contribuirá para o processo de crescimento sustentável, com alcances socioeconômicos e ambientais. Isso vai melhorar as operações empresariais, benefícios para operadores e usuários, aumento de arrecadação tributária, possibilidades de obtenção de financiamentos para novos investimentos e identificação de investimentos que minimizem os impactos negativos sobre o meio ambiente.