
Palestra Elaboração de Planos de Emergência para instalações industriais e de estocagem
Engenheiro destaca fator tempo como fundamental para eficácia de um plano de emergência
O engenheiro Paulo Roberto Werneck de Carvalho, durante a palestra “Elaboração de Planos de Emergência para instalações industriais e de estocagem”, ministrada nesta terça-feira, dia 20, classificou o fator tempo como fundamental na tomada de decisões pelas autoridades responsáveis em uma situação de acidente ou desastres.
“O mais importante é o tempo. Quanto mais rápidas forem processadas pelas autoridades as informações sobre a situação do acidente a tomada de decisão, a decretação de situação de emergência e a notificação para os agentes e para a população, a resposta será mais eficaz.”
Formado em engenharia elétrica pela UFRJ e mestre em Defesa e Segurança Civil pela UFF, Paulo Werneck abordou, em sua palestra, todas as principais etapas que devem fazer parte de um planejamento de emergência para enfrentar uma situação de ameaça ou de combate a acidentes que possam causar danos à população .
“O plano de emergência abrange todas as ações e recursos, facilita a tomada de decisão e reduz o tempo nas ações de resposta e socorro”, afirmou.
Durante a palestra o engenheiro lembrou alguns acidentes que ocorreram no mundo, como o Desastre de Bhopal, na Índia, em 1984, quando 40 toneladas de gases tóxicos vazaram na fábrica de pesticidas da empresa norte-americana Union Carbide. É considerado o maior desastre industrial e químico ocorrido até hoje, quando mais de 500 mil pessoas foram expostas aos gases, provocando a morte de, aproximadamente, 3 mil pessoas, segundo divulgação oficial.
“Esse número está bem abaixo do alcance da tragédia. Estima-se entre 16 mil e 30 mil o número de mortos”
Revelou, citando, ainda, dois outros eventos trágicos ocorridos, também em 1984: o vazamento de gás em San Juanico, no México, e o vazamento de gasolina em um dos oleodutos da Petrobras, na Vila Socó, em Cubatão, São Paulo.
O especialista considera que o plano de emergência tem papel fundamental no trabalho de prevenção a acidentes e, principalmente, de preparação, estudando, previamente, todas as possibilidades de ocorrência e consequências para enfrentá-los de forma mais eficaz.
“A preparação para as ações dos órgãos deve sempre ter um caráter antecipatório. Uma notificação pré-acidente pode deixar os envolvidos numa condição de sobreaviso na qual uma equipe mínima para as ações iniciais e tomadas de decisão permaneçam na sua base de trabalho.”
No caso de evolução de operações também foi destacada por Werneck, que citou o papel que as mídias sociais podem desempenhar.
“A utilização dos meios da mídia social requer por parte da defesa civil uma atenção e dedicação plena durante uma emergência para fornecer as informações e instruções corretas e agir contra qualquer informação indevida que poderia levar pânico ou interromper a sequência de ações estabelecidas pelo Centro de Operações”, frisou.
O órgão municipal de proteção e defesa civil, as coordenadorias estaduais, os órgãos de apoio, como entidades privadas, associações de voluntários, clubes de serviços, ONGs, associações de classe e comunitárias são alguns dos agentes apontados pelo engenheiro como fundamentais na equipe responsável pela elaboração e desenvolvimento do plano de emergência.
Segundo Werneck, a integração com os agentes voluntários deve ser incentivada.
“Deve ser promovida a integração da defesa civil municipal com associações de proprietários de veículos com tração nas quatro rodas, pois são estes adequados para trafegar em estradas sem pavimento e em condições climáticas adversas. O mesmo pode ser buscado junto aos clubes de motociclistas. Os radioamadores da região podem exercer um significativo papel na redundância das comunicações. Todas essas ações voluntárias devem estar sempre sob orientação da coordenação de emergência da mesma forma que as instituições que compõem os planos de emergência.”, avaliou.
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