Palestra “Grafeno: Produção, Propriedades e Aplicações, sobretudo a Dessalinização”
A SEAERJ recebeu mais uma palestra do engenheiro e professor da COPE UFRJ Paulo Rosman. Dessa vez sobre o desastre da ciclovia Niemeyer e seus aspectos oceanográficos. O presidente da casa Haroldo Mattos de Lemos abriu o evento e deu a palavra a Rosman, que agradeceu mais uma vez a confiança e o convite.
O palestrante começou a abordar o assunto, contextualizando o estudo encomendado pela prefeitura e realizado pela COPPE, com sua participação, em que foram consideradas as questões oceanográficas, deixando as estruturais para especialistas da área. Logo após, ele explicou os aspectos meteorológicos, e de acordo com um mapa exibido o vento estava normal no momento do acidente. A maré medida no mês de abril pela marinha determinou que não havia elevação no nível no dia. Ou seja, sem nada fora do comum.
Paulo continuou explicando sobre as condições oceanográficas que implicavam no momento do acidente. Ele usa como base o wave watch, um sistema desenvolvido pela agência americana NOAA. E com este foi realizado os cálculos necessários para os estudos das condições de ondas na arrebentação. O impacto do clima sob as ondas, é fatal.
“A onda é a maneira que a natureza transmite energia de um lugar para outro”
Uma das recomendações feitas por Rosman e sua equipe à prefeitura, foi a de que o sistema Alerta Rio deveria ter um sistema próprio de ondas, da mesma forma que tem de vento e chuva. Segundo ele, as ondas são mais traiçoeiras.
As características de ondas no costão da Av Niemeyer foram avaliadas a partir dos seguintes dados: modelagem de propagação das ondas, do largo para a costa com movimentos de refração, difração, arrebentação e dissipação, além de metodologia de gradação. Tudo isso para calcular a onda impulsiva no Costão. “É de se esperar que a máxima onda que poderia atingir o pé do costão sem arrebentar ou estaria na eminencia de arrebentar, teria cerca de 4m de altura”. Nesse caso, o fator limitante da altura da onda, é a profundidade.
Os estudos de perturbação de ondas não constavam em normas nem em estatutos. Ou seja, apenas após o ocorrido esses estudos começaram a ser desenvolvidos. Paulo comentou sobre a cota de subida das ondas e sobre a onda do momento do acidente. Segundo os estudos da COPPE, os períodos das ondas não dizem nada de extraordinário sobre o acidente.
As recomendações da equipe de Rosman à prefeitura incluem executar batimetria no local e na região, executar novo levantamento topográfico, conduzir levantamentos de perfis de praia, integrar a batimetria e o levantamento topográfico às mesmas referências, realizar estudo aprofundado das ondas costeiras, realizar estudo aprofundado da elevação do nível do mar no local. Não se sabe se essas recomendações foram seguidas pela prefeitura.
Ao fim, o palestrante respondeu a perguntas do público e debateu sobre as condições do momento do acidente. O engenheiro foi muito aplaudido e se dispôs a qualquer dúvida posterior. O presidente da casa encerrou agradecendo a presença de todos e convidou todos a contemplarem os serviços da SEAERJ.
Vídeo
Fotos do Evento
Apresentação
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