Empresários Discutem Investimento na Saúde do Estado em Encontro na SEAERJ
Cerca de 40 empresários participaram na terça-feira, 5, da Reunião Ordinária da Câmara Empresarial Rio, realizada no auditório da Seaerj. No encontro, que contou com a participação do secretário estadual de Saúde, Edmar Santos, foi apresentada a palestra “Estratégias de Desenvolvimento e o Complexo Econômico-Industrial da Saúde – Desafios para o Rio de Janeiro”, ministrada por Carlos A. Grabois Gadelha, coordenador das Ações de Prospecção e do Grupo de Inovação em Saúde da Fiocruz.
Além do palestrante e do secretário de Saúde, a mesa da reunião foi composta, ainda, pelo presidente da Seaerj, engenheiro Haroldo Mattos de Lemos, que saudou todos os presentes, colocando a Seaerj à disposição para debates em prol do desenvolvimento do Município e do Estado. Também participou da mesa diretora o presidente da Câmara Rio Empresarial, Josier Vilar.
Ao final da reunião, Vilar propôs a criação de um Grupo de Trabalho para debater todas as questões envolvendo a atuação e os investimentos na Saúde do Estado.
“Eu proponho que criemos um grupo que possa, efetivamente, trabalhar a ideia do projeto de um complexo industrial da saúde como fator de contribuição para que o Rio de Janeiro volte a ser um lugar atrativo para se viver, trabalhar e empreender. A ideia é que esse grupo possa debater essas questões e fazer um acolhimento das diversas iniciativas, buscando financiamentos privados”, propôs.
Para Josier é importante que o Estado tome a iniciativa de propor novas alternativas para a questão regulatória.
“Vamos esquecer o setor público. Não há dinheiro para induzir algo de inovação, não há recursos. Se quase 100% do dinheiro público são destinados para o pagamento de custeio, o que é que vai sobrar para investimentos? Temos que contar com a ajuda do Estado, mas na redução da questão regulatória. Se o Estado tiver essa iniciativa, de nos desonerar das questões regulatórias, aquelas que forem possíveis, já estará ajudando muito”, afirmou.
O secretário estadual de saúde, Edmar Santos, apoiou a ideia e se colocou à disposição para contribuir nas discussões, visando ao desenvolvimento do setor de Saúde no Estado.
“Coloco-me à disposição para sentar junto a áreas que, normalmente, dialogam pouco, como as áreas da tecnologia, da indústria e a econômica, já pensando na saúde, para chamar o setor privado. Acredito que esses diálogos podem resultar em bons caminhos para começarmos a sinalizar uma recuperação do setor. Porque, realmente, o Rio de Janeiro perdeu muito em todos os complexos, seja nos institutos nacionais, seja na farmoquímica, na farmacêutica, principalmente se considerarmos que o setor tem muito potencial”, avaliou o secretário.
Em sua palestra, o coordenador da Fiocruz, Carlos Gadelha, destacou o potencial do setor de Saúde que pode ser incentivado no estado e no país.
“Hoje o Brasil produz, em tecnologia de vacina num estágio global. Não deve nada a qualquer país em termos de tecnologia. Existe um sistema produtivo potente. Talvez, em termos de inovação, seja um dos mais potentes do mundo. A questão é que, enquanto nossa demanda nacional de saúde é 9% do PIB, a nossa oferta é de apenas 6%. Isso significa que 3% do PIB, e normalmente, de alta tecnologia, estão vazando para gerar riquezas fora do país”, afirmou.
Para o especialista, o investimento no setor poderia contribuir para redução do grave problema de desemprego no Brasil.
“A saúde representa 20 milhões de empregos diretos e indiretos, segundo o IBGE, sendo 7 milhões de empregos diretos.Considerando que o desemprego no país atinge o patamar de 13 milhões, se parte dos incentivos fiscais que foram concedidos, tivessem sido alocados para o sistema de saúde, talvez tivéssemos gerado muito mais empregos, renda e investimentos”, considerou.