Palestra “Barroquismo no Brasil”
O escritor Jorge Maranhão esteve na SEAERJ na última terça-feira (26/03) para ministrar palestra sobre o barroquismo. Jorge é autor do livro “Destorcer o Brasil” e aproveitou para expor as ideias retratadas neste. Ele explicou o motivo do uso das palavras torcer e destorcer no contexto do barroquismo no Brasil e além disso mostrou como o Barroco clássico difere do barroquismo quando se trata do movimento.
Para iniciar o palestrante fez um resumo do contexto histórico que circunda o barroquismo no Brasil e sua conjuntura de teorias. Dentro do barroquismo a arte, moral, ideologia, justiça e política formam o estilo da época. Além disso é importante ressaltar a alternância entre verde e sofisma, filosofia e retórica e barroquismo e iluminismo. Tudo isso em contraste com o barroquismo mental e o “transbordamento” das artes barroquistas.
Para representar a torção, Jorge demonstrou imagens semelhantes e suas origens em Lacan e Freud e exemplificou com as etimologias das palavras e seus sentidos no texto. As diferenças entre o classicismo e o barroquismo são quase oposições: enquanto o primeiro trata de razão, prudência, realismo e cultura de valores; o segundo traz a emoção, sentimentalismo, romance, farsa, busca persuadir e tem o homem como centro da história.
As torções culturais brasileiras incluem o famoso “jeitinho”. As gambiarras propostas pelos brasileiros para burlar determinadas regras existentes. Esse costume existe desde início dos tempos e o questionamento proposto por Jorge é: Estamos, enfim, no fim do barroquismo e em um novo rumo no Brasil?
Ao fim, o palestrante respondeu às perguntas da plateia e recebeu das mãos do presidente da casa Haroldo Mattos de Lemos o certificado de participação.