Câmara Metropolitana realiza Encontro Técnico na SEAERJ para a apresentação de soluções BIM para os profissionais da Engenharia e Arquitetura Públicas
Em apoio às ações da Estratégia de Disseminação do Building Information Modelling no Estado do Rio de Janeiro – Estratégia BIM RJ, a Sociedade dos Engenheiros e Arquitetos do Estado do Rio de Janeiro – SEAERJ disponibilizou mais uma vez o seu auditório para a realização da 2ª Reunião Extraordinária do Comitê Gestor da Estratégia BIM-RJ, organizada pela Câmara Metropolitana do Rio de Janeiro na última sexta-feira (29/03).
Nessa oportunidade, foi promovido o Encontro Técnico dos membros do Comitê Gestor e de servidores dos 31 (trinta e um) órgãos partícipes do Poder Executivo Estadual com representantes da ABNT e das empresas GRAPHISOFT, AltoQi, Gryfus. O Encontrou contou com a participação de aproximadamente 100 pessoas, atingindo o objetivo de proporcionar aos servidores estaduais troca de experiências, difusão do conhecimento da tecnologia BIM e das implicações decorrentes dessa mudança de paradigma na gestão de projetos, assim como diagnosticar a existência dos softwares disponíveis no mercado que atendam às necessidades de Estratégia BIM RJ, promovendo um maior conhecimento das tecnologias disponíveis pelos fabricantes de softwares.
“Estamos desenvolvendo um grande esforço no Comitê Gestor para disseminar o conhecimento disponível no mercado para gestores e técnicos, e ao mesmo tempo para construção de nossos modelos de gestão na tecnologia BIM”
– Disse Darwin Magnus, Presidente do Comitê Gestor BIM RJ e Superintendente de Governança e Compliance da Câmara Metropolitana.
O Presidente da SEARJ, Haroldo Mattos de Lemos, participou do Encontro como Presidente do Conselho Técnico da ABNT no Rio de Janeiro; primeiro palestrante do dia, em seu discurso, ressaltou o papel da ABNT e explicou os processos de elaboração de normas que, normalmente, são realizados com a colaboração voluntária de especialistas.
Em seguida o Gustavo Carezzato, representante da Comissão de Estudo Especial de Modelagem de Informação da Construção da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT/CEE – 134), apresentou uma síntese das normas referentes ao BIM; informou que a referida Comissão está reunindo esforços para os estudos dos Grupos de Trabalho que objetivam a padronização e adequação das informações BIM à realidade brasileira e convidou representantes da Estratégia BIM RJ para participar desses estudos. Atualmente são 6 os Grupos de Trabalho na ABNT: GT Sistema de Classificação da Informação da Construção, GT de Objetos BIM, GT de Infraestrutura BIM, GT de Processos BIM, GT de Arquitetura de dados BIM e GT de Sistema de Gestão de Termos.
Até o momento, o resultado dos estudos dos GTs “Classificação Elementos BIM”, “Objetos BIM” e “Processo BIM” irão se transformar efetivamente em normas técnicas para auxiliar a Estratégia BIM no âmbito nacional e estadual.
“O Estado do Rio de Janeiro passou a frente dos demais Estados do Brasil, na criação do Decreto de disseminação da Estratégia BIM RJ”
– Disse, Gustavo Carezzato, representante da ABNT/CEE – 134 e Diretor Geral da Graphisoft
Outro tema que se sobressaiu no Encontro Técnico foi a hierarquia da importância na implementação BIM. Rodrigo Koerich, representante da AltoQi, ressaltou que o software é a menor parte do processo quando o órgão decide migrar do sistema CAD para a tecnologia BIM. Compartilhou que suas experiências dentro e fora do Brasil nos últimos anos revelaram que o erro começa quando a instituição inicia a transição através da escolha do software e da contratação de treinamento. Pois, quando se está acostumado a trabalhar com projetos 2D, aprender a modelar na plataforma 3D não transforma o projeto em BIM, apenas o deixa em 3D. O que concretiza essa transição é a mudança de paradigma, que começa na criação de um planejamento e na preparação que exige a participação dos gestores, equipe de projetos, fornecedores e de todos os stakeholders que puderem ser envolvidos no processo.
“Entender e mapear o processo (de migração), e então escolher a ferramenta que atenda aos requisitos é o ponto crucial”
– Disse, Rodrigo Koerich, em relação a implementação do BIM.
É necessário um mapeamento para mostrar onde cada órgão está, sua realidade em projetos e para onde almeja ir. Realizar essa avaliação é extremamente importante, pois essa migração não acontece com rapidez. O tempo médio de implementação BIM é de 12 meses, entretanto quanto mais longe decide-se ir, mais tempo e preparação serão necessários.
Na segunda parte do evento, as empresas se uniram para realizar uma oficina de demonstração da utilização do BIM no fluxo de trabalho. Os representantes de cada empresa desempenharam um papel correspondente à sua solução BIM nas disciplinas de arquitetura, estrutura e instalações, bem como na elaboração de orçamento e cronogramas. Todas essas disciplinas foram trabalhadas com o OpenBIM, que promove um alto nível conversação, favorecendo a gestão do fluxo de trabalho desenvolvido pela as equipes, a interoperabilidade e a transparência.
“É muito importante que os gestores e técnicos públicos tenham conhecimento dos diferenciais das soluções BIM existentes no mercado e como essas se adequam as necessidades do órgão. Esses encontros técnicos incentivam a concorrência de mercado, o que beneficia os futuros consumidores, consequentemente o OpenBIM, e atinge o objetivo do Decreto 46.471/18 de 2018.”
– Ana Paula Masiero, Organizadora do evento, Engenheira da Câmara Metropolitana e Conselheira da SEAERJ e do CREA-RJ.
Ao final do Encontro Técnico, os organizadores agradeceram aos palestrantes pela elevada qualidade do conteúdo oferecido, à SEAERJ por apoiar a Estratégia BIM-RJ e aos membros e convidados do Comitê Gestor da Estratégia pela contribuição diária nos avanços dessa implementação.