SEAERJ discute defasagem salarial com Legislativo Municipal do Rio de Janeiro
Na tarde desta terça-feira (18/02), membros da diretoria da SEAERJ se reuniram com o presidente da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, Jorge Felipe (MDB), para tratar da recomposição salarial dos Engenheiros e Arquitetos do município. A categoria sofre uma defasagem na remuneração há 12 anos.
Participaram da reunião, o presidente da SEAERJ, Alberto Balassiano, os conselheiros e representantes da SEAERJ no CREA-RJ Regina Ramos e Alberto Lemos; o diretor-técnico Juliano de Lima; a conselheira e vice-presidente do CAU, Isabel Tostes; e os conselheiros, José Barreto Ferreira e José Henrique de Oliveira Campos.
Durante o encontro os representantes dos Engenheiros e Arquitetos apresentaram ao presidente da Casa um estudo realizado pela SEAERJ com apontamentos comparativos da remuneração inicial da classe com as carreiras da Procuradoria e Fazenda, e Nível Médio e Superior da PCRJ. Além da SEAERJ, o CREA-RJ (Conselho Regional de Agronomia e Engenharia do Rio de Janeiro) e CAU-RJ (Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro) também assinaram o documento endossando as reivindicações dos servidores.
Alberto Balassiano pediu apoio ao Legislativo na luta da categoria. “Estamos cobrando do Executivo uma solução para a defasagem salarial. Precisamos de posicionamento urgente para essa questão que já perdura há anos”, apontou.
Os diretores demonstraram que a remuneração inicial da classe está abaixo do valor previsto no sistema de custos para obras e serviços de engenharia do SCO-RIO, que é praticado nos contratos de obras públicas do município com as empreiteiras. Além disso, também foi levantado que o piso já é inferior ao piso de carreiras de nível médio das áreas fazendárias e da procuradoria, como agente de inspeção de controle urbano, auxiliar de procuradoria, agente de fazenda e técnico de contabilidade.
Jorge Felippe se mostrou sensível às reivindicações da categoria e se comprometeu em levar o pleito à prefeitura. Também falou do compromisso do prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) firmado durante campanha. “Ele esteve na associação e assinou uma carta de compromisso com a categoria”, relembrou.
Entre outras questões, Jorge também falou sobre o impacto no orçamento que não é tão grande comparado a outras categorias maiores e que já foram atendidas com reajustes. “Sei da legitimidade da luta de vocês que estão há 12 anos nessa situação”, apontou.
O ofício, acompanhado do estudo, foi entregue ao presidente da Câmara com pedido de agendamento de uma audiência para tratar do assunto diretamente com o prefeito Crivella.
A SEAERJ, o CREA-RJ e o CAU-RJ vão continuar atentos à marcação das audiências a fim de buscar soluções para a situação enfrentada pelos servidores.
Contradição: desvalorização da categoria no Rio Capital Mundial da Arquitetura
Também foi apontado pela categoria a contradição da desvalorização da classe justamente em um momento em que a cidade ostentará, ao longo de 2020, a marca de primeira Capital Mundial da Arquitetura.
Ao vencer cidades como Paris, na França, e Melbourne, na Austrália, o Rio de Janeiro fica responsável pela organização do Congresso Mundial da União Internacional dos Arquitetos, previsto para acontecer entre os dias 19 e 26 de julho. A diversidade urbanística da segunda maior cidade brasileira foi levada em conta na escolha.
Durante a cerimônia que aconteceu nesta terça-feira (18), na Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), ocasião em que a delegação carioca responsável pelos preparativos da agenda do Rio de Janeiro para 2020, o prefeito do Rio, Marcelo Crivella, enviou uma mensagem que foi lida durante a cerimônia em Paris. De acordo com ele, a “democratização da arquitetura” seria o mais importante. “Entre os tópicos a serem abordados, devemos destacar a relevância de estudar soluções para os mais vulneráveis do Rio de Janeiro”, destacou, convidando profissionais do mundo todo para discutir “o papel das cidades, não apenas de hoje, mas do futuro”.
No entanto, a SEAERJ, questiona o Governo Municipal que não valoriza seu quadro de Arquitetos e Engenheiros. “O Rio é palco de um evento dessa magnitude, mas não valoriza seus próprios profissionais da área. São os profissionais do município as principais vozes para discutir as questões urbanísticas da cidade, porém, o farão diante de sérios problemas de defasagem da carreira”, apontaram os membros da SEAERJ.
A entidade acrescentou ainda que “o engenheiro possui importantes responsabilidades técnicas como a de assinar projetos, responder o Tribunal de Contas, a CGM, assinar faturas e liberar verbas e não está sendo remunerado para essas atividades”.