SEAERJ e Nações Unidas
SEAERJ assina memorando de entendimento com as Nações Unidas
A partir de hoje (10/08) a Sociedade dos Engenheiros e Arquitetos do Estado do Rio de Janeiro – SEAERJ será agente das Nações Unidas para implementação de políticas públicas dentro das propostas dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável – ODS previstos na Agenda 2030. A formalização desta nova função da Seaerj aconteceu ao final do seminário realizado nesta quinta-feira, na sede da entidade.
Essa função caberá à SEAERJ já que a entidade, hoje presidida pelo engenheiro Haroldo Mattos de Lemos, representa engenheiros, arquitetos, geólogos e geógrafos da administração estadual e dos municípios, podendo, dessa forma, disseminar e acompanhar as políticas de sustentabilidade junto àqueles que são responsáveis pelos projetos das obras públicas em todo o estado. “Nossa intenção é termos um representante, associado da SEAERJ, em cada secretaria, inicialmente do governo do estado, para difundir e aplicar as práticas previstas na Agenda 2030. Manteremos encontros mensais para aferir resultados e corrigir rumos”, explicou o presidente da Seaerj.
No Seminário foram abordados os seguintes temas: “Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e os ODS, do global ao local”, por Haroldo Machado Filho (assessor sênior do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD – Brasil); “O PNUD e a Territorialização dos ODS”, por Ieva Lazareviciute (assessora do PNUD-Brasil); “O Centro Rio + do PNUD e suas ações no Estado do Rio de Janeiro”, por Layla Saad (vice-diretora do Centro Rio+) e “As ações da Câmara Metropolitana e os ODS”, por Vicente de Paula Loureiro (diretor executivo da Câmara Metropolitana).
– A diferença entre a Agenda 2030 e suas antecessoras é que a mesma adota uma visão globalizada dos objetivos de desenvolvimento sustentável, sem segmentações, ao contrário, baseada na integração, pois, se entende que a sustentabilidade depende do todo, do social, do econômico e do ambiental. Anteriormente, falávamos da erradicação da pobreza extrema, hoje, defendemos a erradicação da pobreza, porque é preciso que se entenda que, se o mundo não for melhor para todos, não será melhor para ninguém – afirmou Haroldo Machado Filho em sua palestra.
Esta ideia de se contemplar o todo para que se realmente tenha um desenvolvimento sustentável também foi abordada por Ieva Lazareviciute que explicou a visão de territorialização. “Usávamos como índice para o alcance de metas, por exemplo, a média de um país, sem considerar as peculiaridades regionais que diferem mesmo em locais próximos. Por exemplo, no Rio, temos a Zona Sul, com Leblon e Ipanema atingindo altos índices de IDH, porém, ali, dentro desses, bairros temos comunidades como o Corte de Cantagalo, que passa longe desses índices. Não podemos ficar na média, se queremos desenvolver o todo”, explicou.
À Layla Saad coube falar sobre as atividades práticas desenvolvidas pelo Centro Rio+ voltadas para o fortalecimento do pensamento sustentável junto aos cidadãos.
“Temos várias ações neste sentido, mas uma delas, o “Baixada Nunca se Rende”, que teve início em Belford Roxo, é um exemplo exitoso. Por meio da arte e da cultura, no caso, a música, estamos criando uma consciência que já atravessou fronteiras, tanto na Baixada Fluminense, pois a prefeitura de Duque de Caxias solicitou nossa cooperação para levar o projeto para o município, quanto no exterior, visto que a iniciativa virou documentário assinado por produtores de Barcelona. Este é só um exemplo do que realizamos e podemos realizar”, afirmou.
Representando o Estado do Rio de Janeiro, Vicente de Paula Loureiro disse que o encontro na Seaerj o ajudará, e muito, na implementação de projetos nos 21 municípios que integram a Região Metropolitana do Estado e que a meta a ser alcançada, futuramente, é uma metrópole plurinucleada, bem diferente da realidade atual.
“Defendo a retomada do processo de planejamento global, tal como prega a Agenda 2030, caso contrário, não sairemos dessa crise. Se não tivermos uma governança mais articulada e compartilhada, agregando poder público, empresas e população não encontraremos soluções” concluiu.
Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 são os seguintes:
Objetivo 1. Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares;
Objetivo 2. Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável;
Objetivo 3. Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades;
Objetivo 4. Assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos;
Objetivo 5. Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas;
Objetivo 6. Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todos;
Objetivo 7. Assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e a preço acessível à energia para todos;
Objetivo 8. Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todos;
Objetivo 9. Construir infraestruturas resilientes, promover a industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação;
Objetivo 10. Reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles;
Objetivo 11. Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis;
Objetivo 12. Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis;
Objetivo 13. Tomar medidas urgentes para combater a mudança do clima e seus impactos;
Objetivo 14. Conservação e uso sustentável dos oceanos, dos mares e dos recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável;
Objetivo 15. Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da terra e deter a perda de biodiversidade;
Objetivo 16. Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis;
Objetivo 17. Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável.
Fotos do Evento
Apresentações